terça-feira, maio 11, 2010

PORTUGAL DE JOELHOS: CHEGOU BENTO XVI

Papa Bento XVI
Século XXI

Chegou o Papa Bento XVI. Vem em visita pastoral, dizer missa no Terreiro do Paço, viajar para Fátima, contemplar o Porto. Isto espanta. Porque de manhã visitou os Jerónimos, rezou durante dez segundos e voltou à vida social que o rodeava. Comeu frugalmente, segundo dizem. Mas o luxo das liturgias e dos altares construídos de propósito só para uma missa, um aceno, a benção capaz de salpicar um milhão de pessoas em Fátima. Ou no Porto. Que significa isto no século XX. A Igreja não muda de modelo nem peda a ajuda de um designer da ruptura. Quantos Papamóveis existirão no mundo. Porque é que o Santo Padre não visita uma aldeia nordestina apoiado num animal em vias de extinção, um animal humilde e amigo como o burro. Nunca mais se esqueceria esse pontificado. Estas visitas imperiais esquecem-se umas às outras. José R. Almeida, na revista Notícia, escreveu assim, sob o título Mafia e Vaticano: «O celibato tornou-se obrigatório no clero católico a partir de 1537, no papado de Gregório VII. De acordo com a lei canónica, o voto de celibato é quebrado quando o padre se casa, mas não necesariamente quando este tem relações sexuais ocasionais. Haverá, então, que alterar a lei canónica e metê-la na lei civil para que não haja trânsfugas pedófilos nas dioceses dos EUA, Irlanda e agora Alemanha, Holanda, etc. O bispo holandês John Magee encobriu actos homosexuais e pedófilos, mas com este currículo foi secretário pessoal de três papas: Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II. O Vaticano, quando slecciona os seus secretários, não sabe dos seus currículos? O actual papa, Bento XVI, não soube dos crimes preticado pelo padre Lawrence Murfhy, que terá abusado de duzentas crianças surdas (New York Times)? E diz o nosso cardial José Saraiva Martins que "não se lava roupa suja em público!" O Vaticano está a viver nula aldeia global pedófila e quer convocar um sínodo. Que o convoque e com urgância! Tudo isto é fastidioso e velho. Venha o padre Fontes para papa e as mulheres para bispos! E assim seja. Amém.»

Transcrevi um texto que não escreveria (se calhar escreveria bem mais duramente e fazendo outras perguntas, além das citadas) mas o testemunho revela um estado de espírito que não parece tolerar mais do mesmo, entre manchas oleosas num pântano a apoderecer. Fica aqui a ideia da mudança destas malogradas repetições imperialistas de um cerimonial que já não deveria ser o da Igreja Católica, deixando, enfim, cair o Romana.

1 comentário:

Ruela disse...

Subscrevo...
Obrigado pelo apoio lá no Bar.


Abraço.