MANOEL DE OLIVEIRA
Não vou fazer nenhuma pesquisa, lembrar-me de tudo o que vi deste nosso cineasta, discutir o que discutia nele, louvar o que o mundo descobriu nele, a sua originalidade, a sua geometria espacial, as suas metáforas, o lado insólito e de assombração de muitos dos seus planos, dos próprios filmes. Premiado e louvado no país e no estrangeiro, Manoel de Oliveira acaba por marcar o cinema europeu, nessa Europa que tende a esquecer-nos e tanto se espantou com algumas obras surgidas depois do 25 de Abril.
Vou apenas lembrar ao país, aos dirigentes, aos educadores, aos artistas todos que este homem realizou quatro dezenas de filmes --
e sábios dos investimentos exteriores para artistas com talento, aviso aos incautos e aos ricos (só porque sim) no sentido de perceberem que a cultura foi sempre o que melhor nos distinguiu, bem como a inovação, o sentido de descoberta, a saudade e o riso dentro dela.