Já nem a crise trava os desejos cosmopolitas dos adolescentes e das suas finalizações festivas, sem objectivos pedagógicos ou culturais. Há dias, em Lloret de Mar, Espanha, um estudante excursionista despenhou-se da varanda do hotel em que festejava coisa nenhuma com os colegas.
Morreu e as televisões estão cheias da notícia. O rapaz era de Castro Verde, a população ficou consternada, o presidente da Câmara cuida da privacidade dos outros estudantes logo retornados
(gesto maior nesta deriva de sonhos) e trata do funeral enquanto espera pelo envio do corpo.
Aconteceu. Mas o contexto é estranho. Ninguém ia com os jovens (já crescidos) e o objectivo naquele local em Espanha torna-se inenarrável em substância. Como acontece, poucos dias passados, a uma mesma peregrinação sem «rei nem roque». Só que, desta vez, cerca de 60 adultos vão guardar a caravana dos meninos ladinos. Claro que se lamenta a morte. Claro que se lamenta a metodologia que sustenta tais viagens. Claro que se aceita algum bom senso, por parte de adultos vigilantes, em ordem aos grupos viajantes. Mas é bom perguntar se este, no país e na situação actual, é projecto com alguma cabeça, com um sentido recreio, saudável convívio, dispensado de um eventual contacto com estudantes espanhóis, «cicerones» em sua terra, partilhando a chegada e a fala de todos. Resta saber se as famílias dos jovens estão assim reféns do apelo dos filhos e se têm boa fé nos adultos que alguém escolhe para apoiar os rapazes e raparigas, se é gente com prática e métodos adequados às assimetrias comportamentais cada vez mais nítidas nos estudantes em tais condições.
Morreu e as televisões estão cheias da notícia. O rapaz era de Castro Verde, a população ficou consternada, o presidente da Câmara cuida da privacidade dos outros estudantes logo retornados
(gesto maior nesta deriva de sonhos) e trata do funeral enquanto espera pelo envio do corpo.
Aconteceu. Mas o contexto é estranho. Ninguém ia com os jovens (já crescidos) e o objectivo naquele local em Espanha torna-se inenarrável em substância. Como acontece, poucos dias passados, a uma mesma peregrinação sem «rei nem roque». Só que, desta vez, cerca de 60 adultos vão guardar a caravana dos meninos ladinos. Claro que se lamenta a morte. Claro que se lamenta a metodologia que sustenta tais viagens. Claro que se aceita algum bom senso, por parte de adultos vigilantes, em ordem aos grupos viajantes. Mas é bom perguntar se este, no país e na situação actual, é projecto com alguma cabeça, com um sentido recreio, saudável convívio, dispensado de um eventual contacto com estudantes espanhóis, «cicerones» em sua terra, partilhando a chegada e a fala de todos. Resta saber se as famílias dos jovens estão assim reféns do apelo dos filhos e se têm boa fé nos adultos que alguém escolhe para apoiar os rapazes e raparigas, se é gente com prática e métodos adequados às assimetrias comportamentais cada vez mais nítidas nos estudantes em tais condições.