terça-feira, maio 03, 2011

BIN LADEN MORTO AO SEU NÍVEL:COM PRECISÃO

restos de uma das torres destruídas
em Nova Iorque pela Al-Qaeda



Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda foi abatido no Paquistão por um golpe assente em boa informação, rapidez e excelência técnica: como ele gostaria de infligir aos outros, com bom planeamente e bom nível de devastação. Aqui, essa devastação não existiu senão na medida da escala mítica atingida por este homem quase inverosímil. O atentado às torres do World Trade Center foi trabalhado com grande rigor, com operacionais infiltrados em áreas diversas dos Estados Unidos, incluindo cursos de pilotagem de alto nível, como se procura para as enormes aeronaves que circulam os céus. A complexidade dessa operação, que durou anos, obrigava a um exigente esforço de coordenação, tempos, factores técnicos e psicológicos. O seu apocalíptico resultado matou mais de 3000 pessoas e provocou algo nunca visto em edifícios desta avançada estruturação: as torres, trespassadas cada qual por um avião, quase ao mesmo tempo, começaram a arder, produzindo temperaturas muito altas: em relativamente pouco tempo, fumegando de maneira avassaladora, os edifícios começaram a ceder por amolecimento dos materiais estruturantes. Foi um espectáculo inesquecível e um símbolo de guerra e de ódio jamais imaginado em tamanha grandeza.

Conhecido o esconderijo de Bin Laden, surpreendentemente quase «à vista de todos», tudo era preciso acautelar: a operação que abateu o líder da Al-Qaeda teve início há quatro anos e foi agora liderada directamente pelo chefe da CIA. Ao fim de 40 minutos tudo terminara: morria o homem que «odiava mais os inimigos do que amava os filhos».

Tanto como as populaçõoes que apoiavam Bin Laden exprimiram a sua alegria pelo sucesso do atentado em Nova Iorque, em ondas de furiosa alegria e queima de muitos símbolos americanos, assim a bandeira dos E.U.A., entre o júbilo de populações daquele e de outros países, serviu entretanto de estandarte de vitória, réplica dita justa. Não é bem assim, mas alguma simetria nos permite aceitar a expressão. Bin Laden não era uma figura extraordinária e a «teoria» pela qual procurava arrasar o Ocidente, tornava-se pueril, expremia mais ensandecimento do que um quadro de ideias que reflectissem a importância do conhecimento humano a todos os níveis, incluindo na margem irremediável dos erros.

Durante a guerra que a União Soviética travou no Afeganistão, não se pode falar em Bin Laden como um assinalável combatente. A sua fanatasia minimizava a mediatização que os próprios ocidentais punham à disposição das suas ameaças. Seja como for, os que aplaudem a sua trajectória e dizem empenhar-se no mesmo projecto obrigam o mundo a prevenir-se contra actos terroristas ferozes, que matam milhares de inocentes, e, em boa verdade, nada explicam nem ajudam a construir. Veja-se a tristeza e o vago luxo do casarão onde vivia Bin Laden, reforçado, envolvido por um muro de mais de três metros de altura e arame farpado. Não era muito difícil, em certo sentido, confrontar aquela construção bem vasta, isolada mas a cerca de cem metros de um quartel da guarda paquistanesa.
Financiando e mentalizando uma larga quantidade de soldados fanáticos, niilistas e prontos a morrer pela Causa, embora bafejados pela promessa no valor do martírio e da oferta de dezenas de virgens celestes, logrou apuramentos especiais para a grande prova. Usando a tecnologia e o capitalismo, pôs o seu império do dinheiro ao serviço de várias células, ao mesmo tempo que libertava vídeos e mensagens contra os Estados Unidos e o Ocidente, todos por ele acusados de fomentarem a corrupção, o judaísmo, a homosseualidade e a subjugação do Islão.

A morte de Bin Laden, não acabando com o terrorismo, é pelo menos uma lição da pequenez destas figuras lunáticas que têm povoado a história do mundo. Hitler foi o que foi. Ditadores, que geriam muitos países a leste e em África, distinguiram-se (ou ainda se distinguem) por concepções de poder e de imposição a toda a gente sob o seu comando as mais absurdas normas,
aviltando o ser humano. Compreende-se, embora tratando do acto com as normas religiosas da orientação espiritual do virtual Salvador do Islão, que os americanos o sepultassem no oceano. É que estas figuras, afinal patéticas, arrastam multidões para uma mitologia em torno delas.

1 comentário:

Miguel Baganha disse...

O problema de qualquer super-potência, como é o caso dos EUA, é precisar de conflitos para continuar a expandir-se. Não olhando, na maioria dos casos, a meios para atingir os fins. Não é um fenómeno novo: aconteceu com o antigo império romano, onde a expansão era justificada por trazer mais glória para o estado e hoje repete-se mas justificando a expansão da moeda através do petróleo.
Independentemente de Bin Laden ser um assassino movido pelo fanatismo e por isso demasiado perigoso para a humanidade (factor mais que suficiente para ser neutralizado) o factor determinante é que isso nunca foi o principal motivo da guerra dos americanos contra Bin Laden. Não penso que se tenha feito justiça, mas tenho certeza, porém, do mundo ter ganho com a ausência permamanente do líder da Al-Qaeda.
No entanto a história tem provado várias vezes que um ideal não morre com um indivíduo. É melhor o mundo não baixar a guarda, porque na guerra de ideais extremistas, tudo é possível.

Um abraço