sábado, janeiro 12, 2013

"O EIXO DO MAL" OU OS MALES DO EIXO

do pré-genérico do Eixo do Mal

O programa televisivo «O Eixo do Mal» é uma tentativa curiosa de abordar em troca de depoimentos, através de cinco participantes, os problemas actuais da política na crise que o país atravessa. O autor deste blog confessa o seu apreço pelas crónicas e outros trabalhos de Clara Ferreira Alves. Quanto aos outros elementos que participam no jogo, o nosso conhecimento é relativo, embora tenha havido contacto ao nível das colunas que assinam na imprensa. Terá de ser dito, sem ironia e com pena, que os  protagonistas desta "série", momentos depois de começarem um "episódio", parecem subitamente transferidos para «A Casa dos Segredos», deixando-se como que contaminar pelo fechamento do lugar, sem contactos, claustrofóbicos e compulsivos nas falas e nos atropelos, perdendo, em parte, aquilo que melhor os poderia identificar: parecem, de facto, os meninos e as meninas da "Casa", nos melhores momentos de crise de despersonalização, uivando uns sobre os outros. Para além da muito longa pastagem por terrenos temáticos que se poderiam reduzir a dois ou três minutos, todos querem o malho e malham à vez ou todos de uma vez, o que torna ininteligível uma prestação que, em certos casos, caso a caso, poderia mobilizar o espectador. E se falam em comunicação a propósito da crise de entendimento dos  discursos  políticos (que hora são, ora não são), aumentam o ruído e descomunicam por completo. A sua prestação torna-se assim, lamentável. Estamos assim, num meio como a televisão, que tem que se lhe diga, perante uma prestação lamentável e inútil, mal assumida por pessoas porventura capazes de o fazer com boa medida e boa interacção.

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