sábado, agosto 01, 2015

O MUNDO VIVE EM REDE CONSPIRATIVA



Cheguei a uma cidade do sul e não vi ninguém. Terá sido outra onda de emigração? Vão e voltam os turistas, enchem os restaurantes e comem tudo o que vêm. Os moços da chamada hotelaria vão e voltam, trazem as lagostas nos  pratos. E nem ligam às pernas das raparigas, mil vezes mais ofuscantes, no desenho e na cor, do que mil lagostas ou sapateiras. Morre gente nas estradas, ou em casa, de velhice, as pensões são cortadas e no futuro serão minguadas e beneficiar da liberdade (princípio fundamental da democracia) de saltarem para o espaço privado, aquele  em que se embrutece pelo dinheiro e por ganhos que nada se relacionam com Estado Social ou ramos da solidariedade. Dizem que a Coligação (do governo em fim de festa) já afia as facas para os cortes resilientes da austera harmonia futura, permitindo que as autoridades possam colocar o país entre os dez mais competitivos do  mundo. É verdade que já somos dos mais despachados a emigrar, sem ligar à terra e a uma secular plantação de géneros hortícolas. Perdedores de barcos e de sardinhas com uma zona marítima das mais vastas do mundo, este lugar já navegou até às sete partidas desse mesmo mundo -- e quando era mais pequeno em gente, tornando-se endemicamente rico para grandes não se sabe porquê, nem os comunistas que se julgaram capazes de gerir o mundo com ordenados mínimos para todos e um remanescente em poder militar, na fome de todas as ucrânias. Viu-se. E vê-se, quando Putin tira a camisa, alarga os ombros e manobra no seu mar de recreio uma vedeta que dava para duplicar o ordenado a todos os russos, incluindo os velhinhos acamados numa serra de gelo. Mais a ocidente, a Europa ordenou o desmantelamento de milhares de embarcações, marinha mercante e frota de pesca.


Mas deixemos essa gente  distante e geneticamente austerizada. 

Li uma coisa esquisita num jornal que talvez fosse o Diário de Noticias. Via-se que o articulista (não digo o nome podem aparecer aí alguns talibãs e jihadistas). O artigo dizia logo à cabeça: «PLANO VINGATIVO DA EUROPA PARA PRIVATIZAR A GRÉCIA». Parece um capítulo da "Teoria da Conspiração". O homem diz que «no dia 12 de Julho, a Cimeira congregou os líderes da zona euro e ditou os seus termos de rendição ao primeiro ministro Alexis Tsipras, que, atemorizado com as alternativas, terá aceitado todos. Um desses termos dizia respeito à disposição dos restantes activos públicos da Grécia.1
Os líderes da zona euro exigiram que os activos públicos gregos fossem transferidos para um fundo do género Treuhand -- plataforma de venda urgente semelhante ao dispositivo utilizado após a queda do muro de Berlim para privatizar rapidamente, com grande prejuizo financeiro e com efeitos devastadores no emprego de toda a propriedade pública do Estado Alemão Oriental que se desvaneceu. 
O Treuhand grego foi indicado para ser sediado no Luxemburgo (esperem por isso!) e orientado pelo ministro das Finanças da Alemanha, Wojfgang Schauble, aliás, ele mesmo, autor do esquema. Tal operação, no caso da Alemanha Ocidental (desvanecendo a Oriental por 1 geminação integral) foi acompanhada pela Colossal Conspiração investimentos maciços em infraestruturas por parte da Alemanha Ocidental e por transferências sociais em larga escala para a população do lado Oriental. Estas situações não são comparáveis ao método imposto à Grécia, mas de todo em todo bem diferente. No caso desta eventualidade passar a facto histórico, o que se sabe é que a Grécia não receberá nenhum benefício correspondente e de qualquer espécie.
Seja como for, o actual ministro das Finanças grego, há duas semanas, fez por diluir certos desastres ocasionados pelo método e conseguiu que o Treuhand se centralizasse em Atenas. Por estranho que pareça, este político logrou achar para o efeito alguns abrandamentos dos credores, a chamada troika da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacioal.1

citado de um artigo de Yanis Varoufakis (ex-ministro das Finanças do actual governo Grego)

Mas que havemos de pensar de tudo isto? Ainda que a Grécia possa ser um companheiro difícil, isso não pode significar o tratamento dos seus representantes a que assistimos no tal dia 12. Não há nenhuma Europa em regime de União (que não pode ser só financeira) que seja sustentável daquela forma e do modo como os seus orgãos funcionam de momento. Todos se voltam para a Alemanha e para o seu fogoso Ministro das Finanças. Estas personagens, horas e horas desfazendo uma soberania ou a ideia de uma solidariedade antiga, relevam de um fundo histórico que se pensou ter mudado após a derrota nazi na última Grande Guerra. O mundo tem picos e personagens que simulam a Colossal Conspiração e que emergem um pouco por toda a parte, e isso bem se vê em todo o Médio Oriente, na Ucrânia, e em grande parte do continente Africano. Morrem os emigrantes vindos da selva (selva de Poderes) e a Europa, atulhada em dinheiros assimétricos insiste num silêncio de qualquer Grande Herança: o pior é se se devora a si mesma, recebendo genéticas ímpias do sul. Não há Sul nem Norte. Cuidem que o sol continue a nascer Leste e a descansar a Oeste. Podemos ainda travar mais uma guerra Universal (não Mundial) mas depois disso não haverá mais "plano Marshall" que nos salve e as doenças do planeta terão progredido até à fuga dos restos populacionais para contentores no espaço. Calais e o Canal  da Mancha terão desaparecido. Há quem diga que os últimos sobreviventes, em coma induzido em escalas mais ou menos conhecidas consoante as rotas gravitacionais, teráo 5% de ressurreição, mas nada se saberá quanto aos que poderão sair desta galáxia e entrar noutra.



   UNIÃO EUROPEIA 2015
depois da emigração em massa dos humanos em condições de o fazer ninguém mais soube pensar o universo

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