terça-feira, outubro 23, 2007

O ESTRANHO MUNDO DE FÜSSLI

Il Peccato Inseguito dala Morte

L'Incubo



Cerasmino e Huon Fuggono Davanti a Oberon

Il Fugitivo

Füssli é um autor pouco estudado e pouco abordado entre nós, neste pitoresco lugar de indolentes bizarros e cada vez mais litoral. Hnry Füssli, pintor suiço, de integração na escola inglesa, nasceu em Zurique, em 1741, e morreu em Londres, 1825. O seu pai (johan Kaspar Füssli) dedicava-se à pintura de retrato e à paisagem.
Füssli, que estivera votado à carreira eclesiástica, teve de abandonar cedo a sua terra natural e aportou a Berlim (1763), dedicando-se objectivamente à literatura. Dirigiu-se então para Inglaterra, ainda na perspectiva de desenvolver a prestação literária, mas, no seu contacto com Reynolds, ouviu deste um franco conselho no sentido de enveredar pela pintura. Mais tarde, com essa ideia a consolidar-se, demandou a Itália, como tantos nessa altura, optando por simplificar o seu nome, no trato social, para Fuseli. Foram nove anos de trabalho em Itália, onde estudou sobretudo a obra de Miguel Ângelo. Quando voltou a Inglaterra, em 1779, a conslidação da sua pintura era apreciável. Expôs em 1782 o seu famoso quadro «O Pesadelo». Foi eleito, anos mais tarde como sócio efectivo da Royal Academy. Também se dedicou ao ensino da pintura, na Academia, tornando-se director da Instituição em 1804.
Afinal Fuseli era verdadeiramente um autodidacta e houve que lhe apontasse a incapacidade de dominar de facto os princípios do desenho e da pintura. No entanto, o mérito da sua obra é inegável, apoiado sobretudo no poder do imaginário, aliás segundo a orientação cultural a que aderira e por uma forte expressão romântica. Curiosamente, Fuseli acaba por se opor a Reynolds, aproximando-se entretanto de William Blake, por óbvia percepção e desenvolvimento do movimento romântico. Ganhara popularidade, o que talvez se relacionasse com a sua cultura literária no âmbito de temas medievais, nomeadamente após a publicação de «O Castelo de Otranto» de Horace Walpole. Visionária, Fuseli, ainda à imagem de Blake, reitera a força de Miguel Ângelo e aproximou-se depois da obra de Milton, sobre o qual realizou grandes telas. A par disso, ou ao longo da sua prática da pintura, dedicou-se à gravura, num estilo enérgico e inventivo. O mundo de Fuseli caracteriza-se pela intensidade do imaginário, por configurações grandiosas e marcadas de estranheza, antecipando aspectos de miragens surreais e um peso entre o romanismo e o expressionismo. Teve discípulos que são, nas artes, figuras de referência.

N: apoio no Dicionário da Arte Universal /Ed E.Cor

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