Este é um dos acontecimentos mais importantes da vida cultural do Porto, este ano. A publicidade paga, pelo que se pode ver por uma quase página da revista «Sábado,» exprime bem o espírito avançado que norteia os responsáveis pela apresentação das obras da colecção do Museu de Serralves. Exposição mamutiana, com obras como as que publicamos aqui, por baixo do comentário, e que obviamente só um grupo de privilegiados desta área de actividade pode acreditar terem algum valor patrimonial ou artístico, vai desdobrar-se em mais dois «capítulos». Pela qualidade dos objectos expostos, nem todos, naturalmente, podemos ter uma ideia sobre os gastos que justificam tão novas e complexas propostas. O rei não vai nu, não senhor. Estes senhores vestem-no assim e compram a artistas notáveis (Pomar ou Paula Rego), obra menos representativa desses autores, desses e de outros. Este critério começa a roçar devaneios pouco explicáveis: um dos curadores da exposição chegou a dizer em público que não se trata de coleccionar o óbvio (o melhor e mais próprio dos melhores autores) mas de nos deixarmos surpreender com o inusitado de cada «pedacinho» de tão erudita escolha.
O cartaz públicado na «Sábado», diz-nos exactamente o seguinte:
«CAIXA DE VIDRO RECTANGULAR COM 28 BARATAS MUMIFICADAS E EQUIDISTANTES UMAS DAS OUTRAS»
O cartaz públicado na «Sábado», diz-nos exactamente o seguinte:
«CAIXA DE VIDRO RECTANGULAR COM 28 BARATAS MUMIFICADAS E EQUIDISTANTES UMAS DAS OUTRAS»
e, como nota de procedimento a cada espectador:
as obras da colecção Serralves. É preciso ver para sentir.
uma exposição que junta as obras mais representativas
do seu acervo a obras nunca antes expostas
as obras da colecção Serralves. É preciso ver para sentir.
uma exposição que junta as obras mais representativas
do seu acervo a obras nunca antes expostas
?
o melhor, nunca dantes visto
a interrogação é nossa
até 27 d Setembro de 2009 | 1ª parte
1 comentário:
Pois é, João. Enquanto a Paula Rego faz-de-conta que ainda faz, estes curadores ao contrário do que o nome indica, não curam. Propagam a "doença".
Já lá estive, na Fundação. Nem tudo é mau mas o genérico não tem qualidade.
Um evento assim, ainda para mais com uma conotação comemorativa de uma casa que já apresentou exposições de elevado nível para as mais variadas percepções, revela uma tremenda falta de bom senso. E gosto. Uma má escolha com a chancela da entidade organizadora cujo (não é por falta de obras porque o acervo é bom e vasto) desígnio era fazer algo diferente e acabou por dar uma imagem péssima dos artistas representados. É grave, sim, senhor.
O Porto anda des-norteado. Será que eles têm sentido a minha falta, João?... nããã.
Um abraço,
eu-sem-bússola
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