sexta-feira, fevereiro 12, 2010

RANGEL RANGENDO CONTRA AS CIRCUNSTÂNCIAS















Rangel, no mau augúrio de renegar Bruxelas, atitude que nunca considerara ponderar, cedeu a pressões e ao tamanho do seu próprio ego, e desceu de súbito em Lisboa, praticamente só rodeado de jornalistas, à hora dos noticiários, para se declarar candidato à presidência do PSD, o que defendeu num compreensível voto de salvação para o país, começando pelo seu partido e respondendo ao estado de sítio que se foi armando em torno do actual governo, sobretudo de Sócrates, situação que ele diz enfaticamente estar disposto a enfrentar rompendo com tudo, combate que nomeia por ruptura. D. Sebastião, que nunca voltou da bruma, não teria dito melhor: romper com a mudança tantas vez apregoada, sem exército nem jantares de família, só, depois com quem vier por bem, pela ruptura, a fim de salvar o país desta vil confusão em que se encontra. Manuela Ferreira Leite pode, enfim, baixar o véu: cumprida a sua atribulada, curta e enovelada missão, o seu superior sentido da Verdade ganhou o Estadista (como ela dizia) que nunca mente, nunca se contradiz nem populariza a retórica, disposto porventura a provar que a crise é superável de forma cristalina, apesar de fervilhar numa circunstância excepcionalmente difícil.

1 comentário:

jawaa disse...

Quem dera, quem dera um D. Sebastião saído do nevoeiro que nos tolhe a vista!