A morte do escultor e professor Carlos Amado é noticiada no «Diário de Notícias» sob o título «Um escultor que conciliou modernidade com tradição», juizo talvez um pouco subjectivo mas susceptível de ser avaliado sobretudo nas concepções do artista sobre a vida, sobre a própria natureza do ser humano, da cultura e do ensino seperior das artes. Carlos Amado, longamente companheiro e admirador do professor Lagoa Henriques, a quem foi dedicado até ao fim, homenageando-o há pouco tempo com uma espécie de resgate da escultura poética do Mestre, desenho, obra pública, comunicação audio-visual, as coisas e os lugares de um homem de facto invulgar na sua saudação à vida. Com alguma modéstia, Amado seguiu de perto o emigo e trabalhou muito em ajudas logísticas e outras.
Carlos Amado foi discípulo do escultor Salvador Barata-Feyo, de Lagoa Henriques e de Joaquim Correia. Não tem uma obra escultórica muito extensa, mas não foi displicente nos estudos que desenvolveu, sobretudo enquanto professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Faleceu na segunda-feira, na Ericeira, onde comemorava os seus 74 anos. O Director da Faculdade de Belas Artes, Luis Jorge Gonçalves, teceu ao colega elogios em torno do seu empenho e da forma como marcou, em certos pontos, aquela Escola, cuja história, desde o 25 de Abril de 1974, muitos de nós ajudaram a reformar, actualizar e integrar-se na Universidade, como Faculdade de Belas Artes, numa deriva de sacrifícios, perdas e debate com os sucessivos governos durante cerca 13 anos consecutivos.
Carmos Amado nasceu em Carcavelos a 1 de Novembro de 1936. Foi professor de desenho, escultura e museologia na ex-Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e na actual Faculdade. Ainda activo, tinha agendada uma palestra na Academia Nacional de Belas Artes sobre o restauro de obras de pintura na I República, por Luciano Freire, e de escultura, monumentos e palácios nacionais.
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