quinta-feira, novembro 24, 2011

UMA PRIMAVERA DIFÍCIL NO NORTE DE ÁFRICA


Depois da Tunísia, reformatada em democracia, os países da região trovejam em nome da liberdade e da Primavera, na rangente e princial praça da capital da Síria, ainda na Líbia, outra vez no Egipto, onde se fala em duas revoluções, a primeira dirigida à queda de Mubarak, a segunda para exigir que o Supremo Conselho Militar deixe de vez o poder, entregando-o ao governo de transição e apressando as eleições para a Assembleia Constituinte. De novo a luta assimétrica entre o povo e um cinismo bélico dos militares que bombardeiam as multidões e anunciam actos mais significativos, em nome da ordem democrática, lá para Julho de 2012. Como se pode esperar esse engano? O que vemos na imagem acima é a luta da segunda revolução, é o sangue que salpica o pó e um derradeiro gesto na direcção de palavras escondidas que tombaram dos manuais de luta sobre o piso revolvido. Dia após dia, este povo quer ordenar, insiste em resistir, acredita nos exemplos já iniciados em volta das suas terras.
Estranhamente, a retirada Europa não sabe o que fazer de si mesma, nem que ordens pode derramar sobre antigas colónias, sonhos perdidos, vivendo agora a sua própria cotacão em torno do euro, alheia à solidariedade que apregoou e que recusa entretanto à proclamada União, entre uma Alemanha intrigante na teimosia da recusa e uma França que já se esqueceu de antigas humilhações.

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