Se responder correctamente à pergunta seguinte poderá receber um prémio no valor de 200 euros. Que pergunta? Se estiver em Lisboa deve nomear o monumento onde se encontra a pedra mais degradada a partir de 1325. É impossível? Nenhum prémio é fácil, mas qualquer prémio, por lei, tem de estar dentro dos limites considerados possíveis, à luz da ciência actual. Não queria naturalmente que lhe perguntássemos os nomes dos jogadores do Benfica, ou do Sporting, ou do Porto. Porquê? Porque os sabe todos. Pode, em todo o caso, optar pela música, citando a obra completa de Beethoven, ou enviando-nos os títulos por e-mail até às 19 horas de hoje. O quê? Faltam vinte minutos? E então, queria que lhe pedíssemos para nos dizer o nome de um intérprete da música pimba portuguesa? Claro, é isso mesmo, precisava apenas de dois minutos para escolher e para enviar nome. Era excessivo facilitismo. E as bandas? As Bandas de todos os cantos do mundo? Incluiria essa informação mo capítulo da música? E sabe o nome das bandas de grande espectáculo do mundo inteiro? Mais ou menos não é resposta. E Portugal? Em Portugal conhece todas - isso sim, é obra. Ah, pois, mas tinha de dispor de mais tempo para as escrever sem falhas. Então nada feito. Nada. Nada mesmo. Em todo o caso, um pouco à margem, vamos dar-lhe a oportunidade de concorrer no domínio da literatura. Como? Não costuma ler muito? Mesmo assim, a pergunta é fácil: terá apenas de nos dizer quem é que escreveu «Amnésia», de 1962, e o nome do prémo Nobel desse ano nessa modalidade. Não se lembra? É uma situação comum entre nós, lá isso é verdade. Mas sabe quem meteu o golo do Benfica no início da temporada e qual o presidente desse mesmo clube. Claro? Acha que sim? Olhe que há muita gente que seria incapaz de tamanha proeza, embora conhecendo, noutro capítulo, um desportista português que se chama Carlos Lopes, por exemplo. Já não é praticante de desporto? Está gordo? E a Teresa Mota, diz-lhe alguma coisa? Calculava que lhe dissesse. O quê? Está velha e magra, dedica-se à caridade, já não pode competir. Nem a história lhe vale, coitada. Vejo como a sua cultura borbulha um pouco nesta área. Mudando de assunto, saberá então quantos anos tem José Saramago e quem escreveu «Alegria Breve», ou se Agustina Bessa Luis conhece Manuel de Oliveira, se a Maria João Pires toca clarinete, ou também se Columbano foi companheiro de Júlio Pomar e quem é José Quaresma, e ainda a quem pertencia, depois da conquista do Algarve aos Mouros, a praça de Alvor? E o primeiro rei de Portugal, lembra-se do nome? Muito bem, acertou. O Conde Andeiro, sin senhor. João Fernandes Andeiro, de seu nome completo. O senhor tinha o nome na ponta da língua, mesmo na ponta. E olhe: embora a título excepcional, visto que o nosso plano não era este, decidimos que tem direito de levantar junto do Marquês de Pombal uma varinha mágica, de boa marca, se se apresentar à nossa representação dentro de dois minutos e desde que seja possuidor do cartão de sócio, com as quotas em dia, do Silves Futebol Clube. Sabendo o nome completo do Marquês de Pombal, obviamente.
quarta-feira, outubro 04, 2006
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2 comentários:
O estapafúrdio caso da lesão de Rui Costa faz-nos acreditar que o Benfica está ainda pior do que o que parece. O departamento médico pôs à mostra toda a sua incompetência, escondendo-se agora atrás de uma clínica que ninguém sabe qual é. Uma incompetência já demonstrada em outras situações, nomeadamente aquela que teve como protagonista o antigo sportinguista Manuel Fernandes, agora a jogar no Portsmouth. É muito mau para o Benfica e para o futebol português, tanto mais que agora se trata de um caso que está a correr o mundo do futebol. Afinal, está em causa um dos melhores jogadores do mundo, que serviu de forma brilhante a selecção nacional e passou 12 anos em Itália ao mais alto nível, sem sofrer qualquer lesão grave. Como é possível que a saúde de futebolistas pagos a peso de ouro, num clube cujo orçamento para o futebol quase duplica o do Sporting, esteja nas mãos de tamanhos incompetentes? E como é possível que ainda ninguém tenha pedido a demissão?...
Infelizmente, meu caro Rocha de Sousa, é o " Gosto do público " que impera nesta sociedade cosmopolita...ainda que o requinte e relevância dessas preferências sejam discútiveis, ou mesmo nulas.Talvez por optarem pelo excesso de facilitismo, tão bem sublinhado por si nesta análise brilhante que faz da nossa sociedade actual.
Penso que a internet, é paradoxalmente um dos geradores da pobreza cultural, de que a sociedade actual padece.Não por ser uma fonte de fácil e imediata informação: mas sim, porque é indevidamente utilizada pela maioria,( talvez por falta de tempo )que opta por satisfazer o seu vazio cultural duma forma rápida, incompleta e isenta de pormenores, o que produz um efeito ilusório de enriquecimento cultural.
Na minha opinião, os livros continuam a ser o melhor meio que existe para uma aprendizagem correcta e salutar.
Vim deixar o meu abraço e acabei por me alongar...agradou-me a elegância como abordou tão preocupante e delicado tema...até o sarcasmo utilizado, foi de bom gosto.
Um abraço e bom feriado,
Miguel
P.S.-Fiquei " perplexo " com a atitude da gata... afeição? Hábitos? Ou algo mais?...
Um abraço ;-)
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