quarta-feira, outubro 11, 2006

TODAS AS LISTAS DO ATRASO




Devemos aliviar faltas e atrasos por amor à Pátria



Assim: muitas aldeias do norte, perto umas das outras, perderam as escolas, todas as escolas, e os meninos andam agora a pé ou de camioneta, entre os medos da estrada e da chuva, para acederem a uma escola grande, da sede do Concelho, onde as salas têm de ser divididas com armários para albergarem, abarrotadas, duas turmas. Os professores vão permanecer ali durante três anos: alunos e professores perderão os afectos desse tempo para se adaptarem a outras situações.
Sousa Carneiro explica no seu livro «Todas as Listas do Atraso» que o desenho e tais destinos têm contribuído largamente para o insucsso Escolar.
A escassez dos meios não favorece a Pátria


O Ensino Universitário, preso a velhas concepções de currículo e de projecto social em termos de carreira, imaginou-se guardião do espírito relativo ao conhecimento próprio do vértice representativo da arrumação comunitária. A verdade é que nenhum vértice, entre as pirâmides tumulares e outras construções similares, se justifica como mais importante do que a largueza e função da base. Só há poucos anos as tecnologias ganharam espaço, embora a investigação científica tenha ficado abandonada na minimização dos meios e isto apesar da capacidade inventiva que o país tem demonstrado a vários níveis. Toda a gente perseguiu durante anos o sonho de um «dr.», passaporte para o emprego, e a própria alternativa do Politécnico depressa demonstrou que os seus intérpretes não queriam trabalho de mãos e títulos de diplomados; queriam licenciaturas e doutoramentos, e lá foram, entre amigos e governos, conseguindo frutificar a sua ideia. Para alcançar professores do primário e do secundário, após licenciaturas e mestrados, os mestres do Ministério inventaram umas escolinhas com três anos de generalidades quanto às matérias curriculares, seguidos de um ano onde os alunos desenhavam como no mais básico dos velhos cursos de Belas Artes. Pois meus amigos: estes senhores, envolvidos por um celofane de ciências da Educação, passavam por docentes naqueles ciclos - e à frente de licenciados em artes plásticas ou design, com cinco anos de aprendizagens, que eram abandonados à sua sorte ou truques, num mar pantanoso de candidatos ao nomadismo docente, ano a ano, de aldeia em aldeia. O interior precisa disso mas claramente de outra maneira.
veremos depois desenvolvimentos a partir destas duas ideias

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mas entretanto é preciso adquirir: escolas, estradas rurais, centros de acolhimento, residências para estudantes, equipamento escolar básico, iluminação e aquecimento, rede informática entre universidades e centros de pesquisa, além de laboratórios e linhas de vídeo conferência entre nós e o estran- geiro, estruturas e suportes arquitecturais para a pesquisa artística e sua aplicação ao espaço urbano, exterior e interior. As autarquias têm de ser mobilizadas para estes critérios de relação, transformando a cultura numa relação profunda com o meio, não em festividades caloiras ou cortejos de carnaval.
As grandes cidades, com milhões e milhões de habitantes, são um cime contra a humanidade. Atraem populações carenciadas e mutantes do mimetisno, gente vinda do interior, o qual se deserifica e deforma o ordenamente territorial. As administrações e a descentralização de meios de formação e criativos devem proliferar para o lado profundo do país e ajudar a pacificar a orla marítima, carregada de esquizofrénicos e gastadores de chocolates

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