quinta-feira, julho 12, 2007

CENTRIFUGAÇÃO GLOBAL DE BOLONHA

Este não é o Olho de Big Brother
«1984», de Orwell já passou. Mas enganam-se aqueles que suspiram de alívio e pensam que o mundo alegoricamente mitificado naquele livro não virá, nas suas diversas vertentes, confirmar-se mais tarde, expandindo-se por todo o lado, com grande incidência nos grandes países. A gula terá entretanto outro nome e o caos imensurável nunca existiu nem existirá. Em todo o caso, é verdade que a tecnologia, nas mais variadas acelerações da sua caminhada, cada vez mais em nome do crescimento, concorrência, competitividade, fez com que as sociedades passassem a uma corrida vertiginosa, reacertando fronteiras e explorando todo o petróleo do mundo. Surgiram sistemas de ordenação exploratória dos recursos e da sua errática divisão. Mas as crises não poupam a odiosa deificação dos mercados, todos concorrem com todos -- e isso começa por marcar indelevelmente as metodologias da formação, o supremo bem da Educação, sempre em reforma, progredindo para um novo paradigma, como se diz agora, apesar do ruído se instalar um pouco por toda a parte e o ensino de profissões (dizem) estar aí para nos ajudar a criar cidadãos mais qualificados, justamente aquilo por que clama a indústria e os sonhadores da produção em massa. Muitos esquecem-se, nas suas boas intenções, que muitos dos nossos empregadores, entre um rapaz habilitado e outro apenas com o nono ano, acabam por preferir este. A flexibilidade no trabalho é um dos mais hediondos eufismos dos dias que vivemos, para não falar no filhote daquela teoria, cujo nome é ainda segredo de justiçao. E os nossos licenciados que o digam, cerca de 40.000 sem emprego, à espera de alcançar campos de aplicação que não sejam só os industriais.
Escrevendo na revista «VISÃO», o prof Carlos Reis resolveu, depois de uma informada contextualização, alinhar para o «pessoal» algumas «PERGUNTAS INDISCRETAS», das quais, pela sua enorme propriedade, terei o gosto de partilhar convosco:
Ao fechar a primeira parte do seu texto, Carlos Reis pergunta se «dentro de alguns anos será sustentável, num pequeno país, a existência de instituições universitárias com oferta pedagógica própria? Nesse tempo a vir, haverá lugar para a diferenciação e para a singularidade cultural? O que agora é gratuito sê-lo-á sempre? (Recordam-se de quando as leituras dos jornais na Internet era gratuita? Parecia mentira...). E ainda: não caberá aos Estados fomentarem a consolidação e o desenvolvimento de sistemas universitários fortes e fecundos? Ou será mais expedito (e mesmo mais barato) se nos ''abastecermos'' no pronto-a-aprender de grandes ''fornecedores'' sem rosto? Tudo, afinal, susceptível de ser resumido numa pergunta inquietante: terão as universidades portuguesas o mesmo destino que as nossas pescas conheceram?»
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Nota: citações do artigo referido, do prof. Carlos Reis, e enquadramento de Rocha de Sousa


A LÓGICA DO CRESCIMENTO

1 comentário:

naturalissima disse...

Este post de rico conteúdo escrito é acompanhado de 3 fantasticas imagens. Ao lê-lo lembrei-me do texto escrito pela Jawaa, onde toca o assunto do civismo e questiona precisamente o futuro da huamnidade e do ambiente!

O olho que aqui apresenta, diz não se tartar do "BigBrother". Mas cada vez mais se vai vivendo num circuito cada vez mais fechado, limitado, pela vigilia e control TOTAL uns dos outros, em NOME DA LIBERDADE!

Estamos neste preciso momento a ser a ser "observados". A internet é hoje o meio mais perigoso e preverso que possamos IMAGINAR!
Poderão estar neste instante a traçarem um perfil meu através deste comentário.

Infelizmente creio pouco no Homem!
Bem tento ser positiva...

Uma bela semana para si
danielasobrinha