Seguindo um critério de publicar aqui, aleatoriamente, artistas portugueses contemporâneos, de qualidade reconhecida, recorremos hoje a pinturas recentes de Maria João Franco. Viúva do pintor Nelson Dias, cujo desenho de corpos atingira grande relevância expressiva, Maria João cerrou os dentes com a determinação de prolongar a memória da obra de Nelson, a par das suas pesquisas ainda conotáveis com aquele desenho, mas reivindicando junto de todos a sua identidade, a sensualidade dos corpos, a idea de pele, o rasgão das texturas, metamorfose do homem em bicho, à procura de um verdadeiro nome. A pintora não oscila na identidade institucional e na mesma verdade quanto às formas plásticas. Há um equilíbrio duro entre o ser da mulher e uma quase masculinidade na obra plástica. Por vezes, quando desenha, abre espaço às massas corporais, num claro escuro bem assumido, a superfície tratada com grande subileza de valores. Na pintura, este jeito de abstractizar as formas distingue-se segundo um idêntico calibre e balança para outros ritmos internos, gestuais e texturais. Todos esses materiais anunciam uma problemática para além do plano reico, sugerem a dor, o sofrimento, o grito panteista, o corpo trucidado, um expressionismo que parece anunciar a vontade de viver.
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pinturas de Maria João Franco
2 comentários:
A vontade de não morrer e não deixar morrer.
Na verdade é preciso conhecer para melhor saber ver.
Me encanta su pintura....los blancos y los negros, la textura, el gesto...el dramatismo.Estoy equivocada o ya ví en la net poesía suya también? Me gustaría asistir a su próxima exposición ya que vivo en Lisboa. Me podría avisar? Escribe poesía? Muchas gracias y "Parabems"!!!!!
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