O presidento Egípcio, Mubarak, adiantou dias atrás ter comunicado ao presidente dos EUA, Barak Obama, que «todas as crises no mundo árabe passam por Jerusalém». Esclareceu haver comunicado ao ministro israelita que as negociações sobre o estado definitivo dos territórios palestinianos deveriam ser imediatamente retomadas e no ponto em que foram interrompidas». Com efeito, as ideias anunciadas por Benjamin Netanyahu não respondem às epectativas da comunidade internacional, infirmam o próprio estatuto do Estado dos Palestiniamos e bloqueiam os dados imprescindíveis para a existência de pas naquela zona. O Egipto assinou acordos com Israel, em 1978, e a Jordánia em 1994. O Líbano e a Síria têm suspenso um processo de paz com Telavive, Pois esses dois países colocaram as mais sérias reservas ao conteúdo do discurso de Netanyahu. O modo com o estas personalidades têm encarado os «direitos» de Israel, ou aqueles que os combatem, legam à contemporaneidade uma das mais absurdas contendas em volta de arcaicas mitologias, como se a vida das pessoas pudesse ser tratada dessa maneira ou assim pirateada, aliás desde a instalação artificial e combinada dos judeus na terra segregada aos povos da região, na altura.
Tudo tem sido visto por orgãos internacionais, por vezes até em combinação com eles, o chamado milagre de desenvolvimento do Estado de Israel, não apenas à custa de engenho e arte, ou de domínio tecnológico, mas também pela guerra e, em nome da defesa, por expansão humana ou territorial. Judeus de Gush Emunin, em 1974, tomaram para sua insta~lação Sebatia, perto de Nablus (norte da Cisjordânia), fazendo aquilo que constitui o primeiro colonato ilegal no território palestiniano, nessa zona ocupada por Israel após a guerra de 1967. Além disso, a inclusão tocou a Jerusalém Oriental. Os israelitas ocuparam o Sinai e os Montes Golã. Com o decorrer do tempo, os colonatos (ilegais perante a lei internacional) multiplicaram-se com arrogância. As caravanas tomavam as colinas e aí emerguam casas, subsidiadas, integrando as melhores condições possíveis. De pólo a pólo, os pequenos povoados ganharam escala e demografia de autênticas cidades. Basta dizer que hoje são 300 mil só na Cisjordânia. Yizahak Samir (1992), depois de perder as eleições, chegou a confidaenciar que tencionava construir tanto e tanto que impedisse a devolução dos territórios aos palestinianos. Não haveria nada para resolver e é nisso que consiste a actual ameaça dos colonos. Há jeito de entendimentos com estes actos prepotentes e insensatos?
Pois então veja-se como Benjamin Netanyahu concebe as coisas: (publicado do Diário de Notícias em 16.06.09. O texto anterior baseia-se em trabalhos de Lumena Raposo)
Estado judaico: os palestinianos têm de recopnhecer Israel como nação judaica.
Garantias intenacionais:O Estado Palestiniano não pode ter exército, não pode controlar o seu espaço aéreo nem adquirir amas.
Jerusalém:Permanecerá a capital de Israel. Os palestinianos têm de abdicar da sua reivindicação à capital de Jerusalém Orientalk.
Colonoatos:Israel não construirá mais colonatos na Cisjordânia mas fica indiciado a autorização do denominado «crescimento natural» nos já existentes.
Direito ao regresso: O problema dos refugiados palestinianos tem de ser solucionado fora de Israel. (Milhões de refugiados palestinianos vivem em campos da Cisjordânia, Jordânia, Líbano, Síria e Faixa de Gaza)
Depois disto, sobretudo com este guião iniminável, parece que a Nação Judaica se prepara para vingar, com outro, o Holocausto que Hitler, não os palestinianos, lhe infligiram.
3 comentários:
Saúdo-o, caro Rocha de Sousa,
Estive dois anos afastado deste meio em que conseguimos fazer fluir comunicação que, doutra forma, não existiria.
Dois anos de afastamento pelas transformações estruturais que se operaram a todos os níveis funcionais da minha vida.
Regresso agora com novo espaço criado e com outros trabalhos. Ao iniciar estas rotas de novo lembrei-me de algumas trocas de ideias que, por este meio, nos aconteceram e aqui vim ter.
Em boa hora. Encontrei um texto de opinião lúcido, sobre um assunto central a tudo o que sucede à escala planetária. Por excessiva que pareça esta ideia, parece-me sustentável. A destacada síntese no último parágrafo dá-nos uma temível matéria de reflexão.
Por este conteúdo e pela coerência de tudo o que aqui vi hoje, cumprimento-o, mais uma vez.
É este o mundo que temos, é este o mundo que vinga: o da prepotência, o da falta de respeito pelo outro. O poder do dinheiro feito deus, enquanto as religiões mancham tudo de um cheiro pestilento, subvertendo tudo, submergindo os ideais dos homens lúcidos que as criaram para o bem da convivência em fraternidade.
Façamos nós a nossa parte, no que for possível, nem que seja apenas denunciando injustiças, alertando para atropelos e insídias.
Uma bela explanação, como sempre.
Uma saga anacrónica que já era igualmente absurda antes de Nabucodonosor da Baibilónia se lembrar de conquistar Jerusalém.
Esta contenda, vista através duma retina que evita turvar-se pelos dogmas, é algo que nunca terá fim. Porque o Homem quer e quererá sempre muito mais do que lhe convém.
Um ciclo vicioso e inconsequente sublinhado a vermelho na sua história sobre o globo, passagem tão calamitosa quanto breve e inútil... à semelhança da interminável caminhada de Sísifo.
Um abraço.
Miguel
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