A morte de Artur Agostinho corresponde a um daqueles momentos em que país se espanta e descai, sob o peso da notícia, com as mãos suspensas. Tive oportunidade há pouco, à hora do almoço, de ver um homem do povo (distinto e claramente) pronunciar o nome do artista em tom interrogativo, como se tivesse ouvido uma impossibilidade. Aquele homem simples tinha consigo, como muitos portugueses, um forte apreço por este homem de todos os ecrãs, do fundo da rádio, há muitos anos, serões para trabahadores apresentados exaustivamente por ele, grande agilidade e poder criativo a reatar jogos de futebol, actor televisivo desde o início, num tempo em que já passara pelo cinema, ao ladde António Silva, com uma pronúncia inconfundível e um perfeito sentido das situações que se lhe apresentavam. Artur Agostinho foi, sem dúvida, uma das mais populares figuras públicas do país. E o mundo que nos deixa, de uma imensa variedade e bravura técnica, vai torná-lo vivo durante muito tempo. E nunca será um fóssil achado na terra submersa, daqui a milhares de anos, na área do antigo Parque Mayer.
Artur Agostinho, um diaterça-feira, março 22, 2011
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2 comentários:
Um grande bem-haja ao homem e ao artista (também o era, na sua área). Uma figura incontornável que marcou uma época.
Chegou, pois, a sua hora.
Um abraço
A par de Artur Agostinho, só a voz de Fernando Pessa era tão conhecida para mim desde a mais tenra idade.
Foi um homem grande, um grande homem que enobreceu o país, uma presença inconfundível e de todos conhecida.
Pertinente esta homenagem simples, que corresponde ao homem que foi Artur Agostinho.
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