terça-feira, setembro 25, 2012

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ALBERT CAMUS


ALBERT CAMUS  
prémio Nobel da Literatura 1957

Vivemos uma época de grandes conflitos, global mas fracturante, refém do dinheiro e de várias submissões, em guerras depois da última Grande Guerra, e são cada vez menos os que festejam os grandes artistas que marcaram a história e a cultura de forma indelével. Está a ser gerida uma mostra dedicada a Albert Camus, ancorada na data do seu nascimento. E parece que este grande escritor, prémio Nobel de forma cristalina, é outra vez Estrangeiro numa França que, segundo se lê nos jornais, se encrespou em torno desta exposição, vivendo uma «guerra civil da cultura». A PESTE voltou e não foram os ratos que a trouxeram. Ao abrirmos esse livro podemos ler uma citação da Daniel DeFoe: «É tão razoável representar uma espécie de encarceramento por uma outra como representar qualquer coisa que realmente existe por qualquer coisa que não existe». 
Mas, atendendo à morte aparente do bacilo da peste, Camus avisa-nos que ele de facto não morre, persiste nos mais recônditos lugares, anos a fio, «nos lenços e na papelada e que virá, «talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordará os seus ratos e os mandará morrer numa cidade feliz».
Algo de semelhante está a acontecer e confundimos tudo com crise e progresso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há uma espécie de deriva em Camus que Roland Barthes recupera, para além do mito disfuncional do estrangeiro, do Outro, do ser amável/ser amado. Concordo absolutamente com a denúncia de Rocha de Sousa e acho sinceramente que o mundo não os merece (Camus, Barthes).

Sérgio Reis