domingo, dezembro 07, 2014

MÁRIO SOARES, HOJE, COMPLETA 90 ANOS DE VIDA


Mário Soares, ex-presidente da República Portuguesa, celebra hoje 90 anos de idade. Tem sido uma figura incontornável na história do país, mesmo antes do 25 de Abril de 1974. A democracia que se definiu no país após a revolução, orlada pela Constituição de 1976, elegeu Mário Soares a um plano invulgar no àmbito das transformações que se viveram entretanto, com uma trágica mas inevitável descolonização, fruto de intransigência de Salazar, que rejeitou a oferta dos americanos para apoio a um plano progressivo de autonomia das chamadas Províncias Ultramarinas, com eventual Federação de Estados no futuro. A luta ideológica entre o Partido Socialista (Mário Soares) e Partido Comunista (Álvaro Cunhal) marcou profundamente o país no início das grandes transformações verificadas no espaço português, à partida na iluminada manifestação da Fonte Luminosa da Alameda Afonso Henriques, e depois, sob o comando dos militares democratas, como Ramalho Eanes, Salgueiro Maia e Jaime Neves, tendo como Presidente o General Costa Gomes, o perigoso confronto  do 25 de Novembro (no qual o general Otelo, entre outros, visava a instituição de um regime de esquerda), intentona perdida a favor da estratégia seguida pelas forças comandadas por Ramalho Eanes.




Mário Soares integrou o cargo de Primeiro Ministro, tendo sido Presidente da República.


Nascido em Lisboa, foi o segundo filho de João Lopes Soares, ex padre e pedagogo, ministro na I República e combatente do Salazarismo, e de Elisa Nobre Baptista. Co-fundador do Partido Socialista de Portugal, a 19 de Abril de 1973, Mário Soares foi um dos mais famosos resistentes ao Estado Novo, pelo que foi preso doze vezes (num total de cerca de três anos de cadeia) e deportado sem julgamento para a ilha de São Tomé, em 1968, até se exilar em França, em 1970.

Mário Soares licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e em Direito, na Faculdade de Direito da mesma universidade, em 1957.1 . Foi nos tempos de estudante que, com apoio do pai, iniciou o seu percurso político — pertenceu ao MUNAF - Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista, em Maio de 1943, integrou a Comissão Central do MUD - Movimento de Unidade Democrática, Em 1946, foi fundador o MUD Juvenil e membro da primeira Comissão Central, no mesmo ano. Em 1949, ano em que, a 22 de Fevereiro,  casou-se na prisão,  registo na 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, com Maria Barroso. Foi secretário da Comissão Central da candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República. Em 1955 integrou o Directório Democrático-Social, dirigido por António SérgioJaime Cortesão e Azevedo Gomes e, em 1958, pertenceu à comissão da candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República. Foi militante do Partido Comunista Português e, como advogado, defensor do Dr. Álvaro Cunhal.
Desempenhou funções docentes no Ensino Secundário Particular e chegou a dirigir o Colégio Moderno, fundado pelo pai. Como advogado, defensor de presos políticos, participou em numerosos julgamentos, realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial. Representou a família de Humberto Delgado na investigação do seu alegado assassinato. Juntamente com Adelino da Palma Carlos, defendeu também a causa dinástica de Maria Pia de Saxe Coburgo e Bragança. Ainda na década de 1950 foi membro da Resistência Republicana e Socialista, redactor e signatário do Programa para a Democratização da República em 1961, candidato a deputado pela Oposição Democrática, em 1965, e pela CEUD, em 1969.
Aquando do seu exílio em França, em 1970, foi chargé de cours nas universidades de Paris VIII (Vincennes) e Paris IV (Sorbonne), e igualmente professor convidado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha, em Rennes, que lhe atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa. Em 1973, foi o primeiro fundador do Partido Socialista, de que foi secretário-geral e ainda hoje é militante.
Estando ainda aí, em 1972, foi à loja à loja maçónica parisense " maçonaria, segundo ele próprio, optando depois por ficar "adormecido"4 .
A 28 de Abril de 1974, três dias depois da Revolução de 25 de Abril, regressou do exílio em Paris, no chamado "Comboio da Liberdade".5 Dois dias depois, esteve presente na chegada a Lisboa de Álvaro Cunhal. Ainda que tivessem ideias políticas diferentes, subiram de braços dados, pela primeira e última vez, as ruas da Baixa Pombalina e a avenida da Liberdade.
Durante o período revolucionário que ficou conhecido como PREC foi o principal líder civil do campo democrático, tendo conduzido o Partido Socialista à vitória nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1975.
Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Maio de 1974 a Março de 1975, e um dos impulsionadores da independência das colónias portuguesas, tendo sido responsável por parte desse processo.
A partir de Março de 1977 colaborou no processo de adesão de Portugal à CEE, vindo a subscrever, como primeiro-ministro, o Tratado de Adesão, em 12 de Julho de 1985.
Foi primeiro-ministro de Portugal nos seguintes períodos:


Presidente da República entre 1986 e 1996 (1.º mandato de 10 de Março de 1986 a 1991, 2.º mandato de 13 de Janeiro de 1991 a 9 de Março de 1996).

Os que ainda combatem Mário Soares apontam-lhe a sua recusa em reformar-se. Ele recusa deixar de ser personagem central da vida política. É amado e odiado em medidas proporcionais. Mário Soares, o «actor que, mesmo assobiado pelo público, insiste em representar. A comemoração dos seus 90 anos tem actos públicos e declarações contra o empobrecimento do pais. O Partido Socialista tenta alcançar de novo o poder em 2015/2016.

1 comentário:

jawaa disse...

As árvores morrem de pé.