quinta-feira, maio 08, 2008

HÁ MAIS CÓDIGOS DO QUE SE JULGA
LEIA ESTE LIVRO
E CONHEÇA O MUNDO
ONDE OS ARTISTAS APRENDEM
O CÓDIGO DO SUCESSO

estas histórias derivam de viagens
que as editoras desconhecem, preferindo
receitas e nomes de uma
falsa segurança
Livrarias: LER (C.Ourique). Sá da Costa (Chiado), Buchholz
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UM NOVO LIVRO
ENQUANTO NEM TODOS OS HOMENS CEGAREM
Este livro corajoso, jocoso e trágico, mostra ao país desatento que somos, ainda somos, memórias enviesadas e a pobreza das instituições metidas no atulhado Convento de São Francisco, fortaleza da escassez, que sobreviveu a 1755. As reformas do ensino artístico em 1932 e 1957, atrasadas pelo menos trinta anos cada uma delas, a primeira carregada de absurdos curriculares, a segunda não tanto, foram (a seu tempo) saudadas pelos mais ingénuos. Alegria breve, contudo, porque os conteúdos, mesmo há poucos anos, ainda foram castrados pelo arbítrio de uma direcção avara, destituída do estudo sobre o que se passava no mundo neste domínio.
Um personagem novo, «senhor aluno», faz, no livro, o trajecto do curso. Com êxito. Ao terminar, é mobilizado para a guerra colonial, onde permanece dois anos. Volta com as marcas habituais nestes casos e a sorte de ter um trabalho estável no liceu D. João de Castro. Pouco depois é convidado para assistente na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde inicia uma normal carreira académica: trata-se da segunda parte do livro, então um espaço da mesma Escola, visto, sentido e descoberto pelos olhos de um ainda jovem professor. Primeiro havia colegas. Agora há alunos. Todo o livro é um grande fresco sobre o tema, as épocas, as gerações, as crises, os segredos conventuais, sempre numa terrível resistência contra o arbítrio e as armadilhas da penúria, sob a sombra do regime e da própria direcção da Escola.
BELAS-ARTES E SEGREDOS CONVENTUAIS é um documento nunca tentado antes, em jeito de ficção. Um livro sobre a loucura suspensa, a demência honesta e a emergência imparável dos abusos do poder.
Depois de 13 anos (já depois do 25 de Abril) gastos a convencer os governos do país de que as artes, referências de civilização, deveriam aceder à Universidade, entre situações psicóticas e um desdém incompreensível da parte dos políticos, o trabalho continuou até ao exílio de alguns docentes mais dilacerados, num paradoxal triunfo dos menos empenhados.
Apesar do doutoramento e da Universidade, conquistas sinuosas, o «aluno professor», solitário na confusão dos interesses, não espera pelo título: sai discretamente e sem ninguém dar por isso.
Sousa Carneiro

1 comentário:

jawaa disse...

Bem-vindo em tempo de Maio!