sábado, julho 18, 2009

TER OU NÃO TER PISADO A LUA, EIS A QUESTÃO



A 20 de Julho de 1969, há portanto 40 anos, o astronauta americano Neil Amstrong pisava o chão poeirento da Lua. A frase que pronunciou, não sendo uma pérola inesquecível, entrou na História pela importância da viagem até ao nosso satélite natural, senhora de poetas e muitos enigmas. Ao assentar o pé naquela terra, e através da rádio, ouviu-se Neil dizer: «é um pequeno passo para o homem, um salto do gigante para a humanidade». Não sou um céptico relativamente a esta e outras alunagens do projecto Apollo (aqui o da Apollo 11), mas também não imagino que esta frase tenha sido espontânea: penso antes que foi pragmaticamente preparada e com a devida antecedência. Quase tudo o foi, o que de resto se justifica para um instante com tão elevado siginificado. Após uma viagem, com alguns amigos, a Peniche, voltámos tarde mas a tempo de poder organizar a recepção televisiva na hora avançada em que estava prevista. Para nós, os mais ligados culturalmente, a istória do evento, era imperioso não nos dispersarmos, o que nos levou a atrasar as verdadeiras chegadas a casa de cada um. E assim nos juntámos na casa de um colega, um salão grande ali para os lados da Estrada da Luz. Jantámos, conversámos, vimos televisão e ouvimos relatos de vários pontos do Globo. Mas quase toda a gente foi cedendo ao sono, deitando-se no chão e nos sofás da sala onde tínhamos ancorado. Contudo, eu e um amigo que estivera comigo em Angola, ficámos a pé, entre as notícias e a varanda, fumando de expectativa. E depois, acordando os outros, alinhámos os olhares e vimos. Vimos com espanto e uma pontinha de decepção. Porque a singeleza do sinal e outras imperfeições do tempo, retiravam grandeza e valo espectacular áquele plano fixo, salpicado de ruídos visuais e da rádio. Vista assim, a Lua era qualquer coisa como um campo de futebol pelado, o horizonte ali à mão. E isso fez-mos pensar no que teriam sido as primeiras e longas viagens marítimas dos nossos navegadores: o tempo todo, a tormenta e a fraqueza, mortos alguns, por vezes muitos, pelos caminhos do Oceano. Alguns meses mais tarde, um velho amigo dos tempos de escola, agora comunista ferrenho e anti-americano primário, sorria para as imagens coloridas do Projecto Apollo, artigo ilustrado numa revista de fundo. Era o primeiro céptico sobre o assunto com quem podia conversar: segundo ele, nada daquilo tinmha acontecido, os americanos, para acertarem a competição com os russos, haviam encenado toda a viagem numa base remota, creio que no Estado do Nevada. Para nós, crentes, parecia mais difícil simular tanta coisa complexa do que ir à Lua. É verdade que houve depois filmes (de ficção) abordando directamente a questão. Um deles era exactamente como descrevera o meu amigo da esquerda rude. Tratava-se de uma obra vulgar, mas de absoluta verosimilhança cénica, na NASA, no espaço, na alunagem, nos procedimentos que entretanto se tornaram bem histórico e cultural de todos nós. A certa altura, na obra fílmica, um técnico do rastreio rádio, julga perceber que o sinal rádio não lhe chegava do espaço, antes de perto da terra ou dela mesma. O técnico foi bem depressa descoberto e arrastado dali, não sem que o realizador nos deixasse de mostrar a «verdade» do voo, tudo certo, impensável, excepto quando a câmara de filmar, pelo ângulo e pelo enquadramento nos desvenda a colossal estrutura de toda aquela «antecipação». Era esplendoroso e, ao mesmo tempo, aterrador. Este filme multiplicou o númeor de cépticos, havendo na América mais de dez milhões de pessoas que não acreditam no que viram. A «teoria da comspiração» também se propõe à nossa reflexão, voltando-se no sentido menos imaginável.


Penso que hoje há meios para provar a existência na Lua dos despojos das várias viagens. Nem sequer é caro. O Hubble, e mesmo recentes rádiotelescópios na Terra, poderiam artografar de perto as zonas anunciadas e mostrar se houve ou não uma casca de banana em tudo isto. Das sondas, cujos feitos parecem largamente comprovados, haveria uma erivante simples: retornando um pouco no programa sobre o Cosmos, seria perfeitamente realizável colocar uma câmara em órbita lunar, escolhida com o rigor que se conhece, a vasculhar tudo.
A Revista do «Diário de Notícias aventurou-se a fazer manchete desta história, com as imagens que chegaram do espaço. «E se o homem não tiver pisado a Lua?» Interessante ler os argumentos, as eventuais falhas de escala, de luz, de gravidade. É um sonho ao contrário, ao mesmo tempo risível e perturbador.
Para os mais curiosos, direi que, numa das alunagens do projecto Apollo, entre outras coisa, os astronautas deixaram, no chão da Lua, um reflector laser, com o qual, desde então, os cientistas trabalham a sério, explorando o retorno dos feixes que enviam para lá. Isto seria impossível se não tivesse havido nenhuma alunagem. Por outro lado, os alinhamentos dos radiotelescópios e de outros receptores de ondas rádio, não se enganaram na orientação para receberem, daquela distância e num azimute correcto, as comunicações ocorridas entre a base e o módulo lunar. Muitos outros aspectos poderiam ser rebatidos, desde o horizonte próximo ao tamanho da imagem da terra, diferente entre duas fotografia.

4 comentários:

Paula Raposo disse...

Exactamente! E nesse momento eu estava ter explicação de Ciências(julgo eu!) para o exame do 5º ano no Liceu de Oeiras!! E passei...no ano seguinte lá estava eu toda gira em S.João no 6º ano!! Coisas que nos marcam...beijos.

Miguel Baganha disse...

É sem dúvida uma questão pertinente que não faz só parte do passado. Mesmo nos dias de hoje, existe quem ainda questione a veracidade de tais factos.

Na época, mesmo alguns americanos chegaram a duvidar. Ralph Rene foi um deles. Este céptico norte-americano, após ter passado uma semana a ver o vídeo da viagem do Homeem à lua, levantou a seguinte questão: " como é possível que a bandeira colocada na superfície se agite, quando não existe vento na atmosfera livre da lua? ". E esta não foi a única, porque mesmo com as viagens segintes, muitos outros argumentos foram utilizados por Rene para contestar o que era reportado pela Nasa. Desde o facto de ser impossível trocar o filme da máquina fotográfica pelas luvas grossas dos astronautas, passando pela incapacidade da película resistir às radiações cósmicas lunares, até à forma ilógica como as sombras dos próprios homens reflectiam no chão.
Claro que houve também quem conseguisse rebater -com base na ciência- as dúvidas levantadas por este céptico americano.
Contudo, nada ficou provado em absoluto. Quer de um lado quer do outro.

A questão( tal como o título do post indica ) não é saber se actualmente é possível fazer-se viagens idênticas ou enviar satélites para o espaço, mas sim saber se no dia 20 de Julho de 1969, o pé de Neil Armstrong pisou solo lunar ou se na realidade tudo aquilo não terá passado duma encenação com o propósito de superar o feito dos Russos.

Numa coisa tem que concordar comigo, João: havia fortes razões para o seu amigo comunista sustentar o cepticismo.

Saudações lunares,
Miguel

naturalissima disse...

A questão de ter acontecido ou não, a verdade é que as imagens e os registos sonoros marcaram e mudaram a História da humanidade.

Consigo, eu

jawaa disse...

Pôr em causa, hoje, a veracidade da chegada à Lua parece-me absoluto exagero, embora não descarte alguma encenação... Afinal as artes cinematográficas possibilitam tudo.
Na altura, ficou registado o acontecimento numa acta de reunião final de período no liceu Norton de Matos, porque pareceu importante (e inquestionável) aos que a assinaram...