terça-feira, maio 29, 2007

A DOR SUPREMA

foto de Joan Moore / Getty Images / AFP
Ao ler hoje de manhã o Jornal Público fiquei prisioneiro desta impressionante fotografia e resolvi partilhar convosco o mesmo sentimento. A rapariga, deitada rigorosamente sobre a terra adjacente à campa onde jaz o noivo, vítima este ano de uma explosão no Iraque, exprime a dor da perda, a dor suprema, e talvez o seu pressentido acto de rezar pareça a muitos de nós o abrandamento funcional do sonho desfeito. Por mim, e embora respeitando a prece da «personagem» que o mundo irá engolir um dia, creio que esta atitude não significa apenas um acto de fé. São outras coisas que se esvaziaram e um retorno amado impossível.

7 comentários:

Betty Coltrane disse...

Maravilhosa fotografia, sem dúvida... Sugere também um retorno, uma busca de energia no ventre da mãe-terra - a única capaz de aplacar um mínimo a nossa dor.

abraço!

naturalissima disse...

Imagem carregada de sentimento de perda, de uma procura desesperante, de querer estar com a ausência.
Quantas destas não existem espalhadas pelo mundo fora?!? Quantas solidões nascem todos os dias?!?
Quantas guerras existem no mundo neste preciso momento sem razão de ser?!?


A nossa amiga Betty Coltrane criou um novo espaço que é curioso. Ela agora mexe com a arte de fotografar. ;) www.surrealidadesfotograficas.blogspot.com

Uma boa semana para si tiomeu
Daniela

P. Guerreiro disse...

Jardim de pedras, sepulturas militares…A mulher deitada sobre o amante, morto, enterrado…A guerra subjacente, omnipresente. A fotografia está muito bem conseguida, o diálogo entre amantes, a entrega de quem ficou, corpo rendido….
Mas fiquemos por aqui porque a morte de um soldado não é um crime imputável.
Fica uma pergunta…Será que ela compreendeu? Terá ela sentido orgulho pela dádiva de vida na defesa da nação? Terá ela sentido nojo…Apenas e só…Nojo…
A fotografia é isso mesmo, o choro Ocidental, o lado de cá do sofrimento, tudo muito elegante…

Um abraço amigo de quem gosta de o ler e pensar…

P. Guerreiro disse...

Paulosaboga@sapo.pt, penso que este está operacional.
Obrigado pela atenção, um abraço e até sempre!

jawaa disse...

A Guerra, sempre a Guerra!

Maria disse...

As perdas são perdas.
Mas há umas que doiem mais que outras, até porque... inesperadas...

Anónimo disse...

a foto foi muito bem fotografada sem duvida

a mulher chora sobre o local onde foi enterrado o seu marido ou familiar sente-se so mas e normal nao a nada que possa trazer o seu marido ou familiar de volta