domingo, maio 06, 2007

TÚMULO DO MALOGRADO D.SEBASTIÃO

Este é o túmulo de D.Dinis, numa soberba fotografia de Eurico do Vale, que nos confronta com a luz exterior, memória fecunda da vida do rei e do reino, simetria simbólica de quem teve a verdade do projecto e Portugal um retorno por vezes deslumbrante. A Galeria Carlos Carvalho, Arte Contemporânea, atreveu-se a esta viagem quase científica dita Retratos dos Túmulos dos Reis de Portugal. Trata-se de uma viagem em que a fotografia só é espectacular à medida da imponência das pedras, das esculturas e do ângulo que o fotógrafo explorou com superior parecer. O que nos resta para reflectir é então o espectáculo da luz e da sombra, a fotografia em si, o silêncio que envolve os meandros da época, da figura evocada, da demorada medida de tudo isso.
Em baixo vemos uma fotografia do túmulo de D. Sebastião, o malogrado rei que alguém terá iludido e que neste túmulo (vazio?) se desdobra na dinâmica piramidal, eventualmente simbologia do crescimento amputado, enquanto a grandeza é apenas mítica, vista por uma câmara que regista de baixo para cima, em oblíquas, sem a grave serenidade vertical das outras peças. A névoa era um mito diferente para chegadas tardias. João Cutileiro trouxe D. Sebastião para uma estátua não tumular, mármore facetado, cor de cinza, e um rosto rosado de menino ao mesmo tempo temerário e assombrado, expressão concentrada nos olhos que, embora pequenos, se iluminam para diante, na patalogia ir.


3 comentários:

Unknown disse...

seria interessante saber se os restos mortais de d. sebastioao, estarão ou nao no tumilo do mosteiro dos jeronimos.
nao seria dificil de se confirmar atraves do adn do seu pai, princepe d. joao e de sua esposa a princesa d. joana.

Anónimo disse...

se alguem esta enteressado no tema de d. sebastiao, pode enviar email para VIEGASRODRIGUES1@SAPO.PT

Anónimo disse...

Ao Carlos: será dificil, ou quase impossivel, fazer teste de ADN aos restos mortais que estão neste túmulo. Quando, da passagem por Évora dos restos mortais que tinham vindo de Marrocos, Filipe II deu ordem que se misturassem a estes os restos mortais de diversos infantes que jaziam no Convento do Espinheiro. Assim sendo ficaram todos infectados e impossiveis de diferenciar.