Carnaval e Holocausto, título jornalístico que nos ocorreu entre dificuldades, explica-se aqui, quer através da imagem, quer pelas breves palavras que publicamos. Esta fotografia, tão objectivamente parecida com documentos dos mortos nus nos campos de concentração nazis, faz parte da reconstituição hiperrealista, num terrível volume evocativo do Holocausto, que os brasileiros pretendem ser tema de um dos carros alegóricos do seu Carnaval do Rio. A ideia envolve justamente, a meio de um trabalho lúdico, em que o prazer corporal costuma alcançar expressão arrebatadora, o empenho na revitalização da memória sobre este e outros acontecimentos similares. Tantos, aliás, em plenos século XXI, um pouco por todo o lado, produzindo imagens semelhantes a esta, sobretudo no continente africano, vítimas de guerras absurdas, étnicas, feitas por mandantes enlouquecidos, enquanto o mundo se agita entre crises económicas baseadas nos facores niveladores da globalização. No Carnaval, este carro, dizem alguns dos nossos bem comportados cidadãos, parece uma heresia e uma falta de respeito pelos mortos evocados. Sim? Deviam experimentar e parar o carro diante da tribuna onde aquecem, alcoolizadas, as consciências dos bons cidadãos do mundo.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
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1 comentário:
Que o Carnaval sirva para alertar as consciências do mundo.
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