
Sócrates, Primeiro Ministro cujo plano já deu frutos em fábricas de componentes sofisticados, já em exportação para 47 países, foi apanhado pelas ventanias da globalização e pela língia viperina de institucional Manuela Ferreira Leite (PSD). O homem tem algumas virtudes, entre as quais a determinação. O destino foi-lhe adverso: o universo financeiro e económico do mundo inteiro, em tempestade apocalíptica, espalhou no caos as peças do velho xadrez lusitano. O Primeiro Ministro tem um barco de pequeno calado, o que aumenta riscos de naufrágio, e tem ainda, pelo que lhe resta, um duelo de cavalheiros com Alegre e, sem contar com mais uma cabala na orla do imobiliário, Sócrates tem de contar com a sentença ensurdcedora ditada por Manuela Ferreira Leite, que o designa assim, crispada e arrogante: «Sócrates não é o salvador da pátria, mas posso garantir, com toda a certeza, que é o seu coveito»
Manuela não tem jeito para a poesia, como se vê, e estes palavrões não auguram nada de bom para uma gestão moderna e pontes de colaboração. Coisas assim inundam no exemplo do Eixo do Mal (TVI) onde os participantes, que sabem tudo e como fazer tudo, desatam em algazarra e graças de uma qualquer encenação snob, chiquérrima intelectualmente. Coveiro de Portugal? Em 2009? Donde vem esta conversa? O Alegre devia chamar a si um aceno pertinente, de mão em cutelo. Esta delicada caricatura do poeta, além de se interrogar sobre futuros partidos e jovens cantando e rindo com as suas fardas e bandeiras verdes, devia soletrar admoestações aos que maculam a dignidade dos outros e procuram enterrar a verdade poética. Nesta imagem singular, desenho de um excelente autor português que já citámos atrás, o poeta está perplexo. Ora a Pátria enche as páginas da sua obra poética er não é justo que ele, tantas vezes empolgado nas lides da revolução, apague a sua voz forte sem desfazer o equívoco de certas metodologias políticas: Coveiro da Pátria? Há grosserias que um poeta não deve ignorar.
4 comentários:
- Já viste como vai a nossa política, poeta?...
" Sim... é deprimente.
Mas além disso, há outra coisa
Que Me atormenta... "
- E o que é!?...
" Já não se escuta a poesia
Nas Coisas. "
- é verdade...será que
Já não há poetas? "
" Não. A poesia é que se tornou
Silenciosa demais. "
- Estou perplexo.
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Um abraço,
Miguel
Pois eu tenho muita pena de não termos um presidente-poeta... era lindo e o nosso Portugal merecia!
Mas «não nos dão o que merecemos» e está visto que o não soubemos conquistar.
À outra conquista o nosso poeta já não vai a tempo, e é pena que não dê conta disso, para canalizar esforços para onde é preciso.
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