domingo, setembro 17, 2006

AS DIFÍCEIS ESPERANÇAS DO «SOL»


José António Saraiva, em plena escassez, lançou um novo jornal - O SOL, semanário - formato aconchegante e papel péssimo, concorrente declarado do EXPRESSO. Falando em entrevista com judite de Sousa, Saraiva ensaiou um futuro vitorioso, uma audiência cujo tecto sonhado parece coiosa da primeira semana, eventualmente seduzindo os leitores viciados nos jornais ruidosos, com grande cópia de notícias e surpresas ou intrigas da política e da sociedade portuguesa em geral.
Naturalmente que desejo bom sucesso ao SOL, mas, enquanto leitor do primeiro número, não posso ocultar que me senti razoavelmente frustrado: há uma pobreza física, intrínseca, nos cadernos desta publicação, mal impressa em papel rasca, com fotografias em quantidade mas quase sempre feridas de falta de qualidade, a par de uma paginação, ou organização formal, de forçada dinâmica, como se os assuntos se misturassem e os recursos do olhar se perdessem no ruído envolvente. Desenhado, o título diz-se fácil e para toda a gente. Mas toda a gente está habituada a logotipos da ciência gráfica, enquanto aqui, sobre uma mancha de céu (presumo) algum menino mais dotado desenhou um círculo amarelo, tortuoso como as duas circunferências sugeridas dentro dele. O S e o L, a preto, ficam pendurados à esquerda e à direita, acentuando a pobreza do conjunto e engolindo o O. «Sol de Esquerda» é, ao que parece, a coluna de Miguel Portas. Margarida Rebelo Pinto defende o espaço «Com muito Prazer» e brinda-nos, desde logo, com o sexo como forma de poder. «Corte & Cultura» mostra-se tão ao gosto do leitor, em tamanho, que nem percebemos se se trata de uma «coluna» A revista TABU acompanha o critério referido, engtre o quase sério e o digestivo, beneficiando de um papel (material) próprio para o fim desta parte da publicação mas perdendo-se no mesmo gosto dos bonecos (más ilustrações) e pouca substância de reflexão. Paulo Portas e Carla Quevedo convivem lá para o fim após páginas mais sedutoras na qualidade gráfica e fotográfica.
Esta minha experiência, olhar corrente e um pouco impulsivo, deve poder corrigir-se, quer do lado do jornal, quer presumivelmente do meu ponto de referência. Não quero nem posso ser definitivo diante de um bebé acabado de nascer e ainda por lavar.
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2 comentários:

Titá disse...

Caro João, entendo muito do que aqui escreveu sobre este novo e esperado semanário. Foi também para mim, uma frustração.
TAlvez tenha depositado neste muita expectativa e essa seja, a razão, porque me senti frustrada.
Não quero, no entanto, fazer já o meu ju´zo. Espero pelo 2º número para tirar teimas. Mas deixo desde já, votos de sucesso para esta nova publicação.

greentea disse...

agradeço as palavras no meu blog

mas considero que o blog ´´e isso mesmo - um espaço de partilha para o bem e para o mal , nas alegrias e nas tristezas , todos os dias da nossa vida...

um gde abraço