sexta-feira, setembro 15, 2006

UM HOMEM DE REFERÊNCIA, HOMENAGEM NO LIMITE



Este homem é meu irmão. Faleceu repentinamente, enquanto trabalhava ao computado, na manhã do dia 13 de Setembro de 2006, aos setenta e seis anos, na cidade de Maputo - no país a quem dedicou uma vida, a todos e sem evasivas, com a maior das solidariedades. Moçambique deve-lhe uma obra esforçada nos caminhos de ferro e em muitos outros trabalhos de natureza técnica e cultural, a par da arquitectura, domínio no qual estava acabando pormenores de um grande hospital com elevado número de valências.
Toda a sua vida, amando a terra e as pessoas, foi assim: na família e na sociedade. O seu currículo poderia encher muitas páginas, mas o que verdadeiramente conta é, entre afectos, a obra que deixou, nas vias férreas, na arquitectura, na pedagogia, sempre a estudar as profundas questões da vida e da realidade universal, recebendo, das personalidades ao lado das quais lutou, o rápido testemunho de uma forte admiração, sob o efeito ensurdecedor desta morte súbita, sem dor, que lega aos outros, afinal despertos, a indeclinável obrigação de acompanhar o amigo, o homem que trabalhou até ao último segundo, crente no futuro e na evolução dos povos.
Este homem é meu irmão, porque a morta não o apaga em mim, memórias de outras memórias, da infância a uma vida afastada no espaço mas consolidada por longas e mútuas devoções, quer nos reencontros, quer pela partilha de sonhos e da semelhança de mitas escolhas. Presto-lhe esta homenagem, como os filhos, pela referência que ele represente e continuará a influenciar os nossos próprios limites, entre a saudade e o espírito solidário, alma da vontade de conhecer e de ser continuadamente - essa identidade cujo aceno nos é possível rever através de uma simples imagem.

8 comentários:

jawaa disse...

Sentidas condolências.
A morte não apaga em nós o nosso irmão, sei que é verdade porque perdi há muito o único que tive.
Seu irmão permanece porque não viveu em vão, deixou obra. E, principalmente, continuará vivo em seu coração.
Um abraço

Pé de Salsa disse...

Embora não conhecendo, sinto muito.
Em momentos destes, qualquer palavra estará a mais.

... disse...

Não vão ser os caminhos de ferro ou as suas arquitecturas que irão chorar por ele.
Irão ser todas as pessoas que usufruem de toda a sua dedicada obra, mas, principalmente TODA A FAMÍLA.
Um minuto de silêncio, paz à sua alma e sentidos pêsames.

Miguel Baganha disse...

Um homem assim, certamente não desaparece...apenas se transforma, repartindo-se em milhões de sementes fertéis pelo mundo inteiro.

Deixo um sentimento de respeito e pesar, extensível a toda a família...

Um abraço,

Miguel Baganha

P. Guerreiro disse...

Os meus sentidos pêsamos.
Como as palavras são sempre poucas nestas situações. fica-nos a memória para os manter vivos.
Que da memória se faça vida!

Titá disse...

O meu sentido pesar!
Nestas alturas não há palavras que confortem ou enganem a saudade e a dor de um partir. Resta-nos a memória viva e o abraço dos que nos querem bem.
Deixo o meu abraço de pesar, mando um pouco de conforto e esperança.

Estranha pessoa esta disse...

...................
Que o recorde sempre com um sorriso.
Sinto muito!

Um abraço

Anónimo disse...

lamento
lamento fazer este lamento