domingo, fevereiro 04, 2007

DESPOJOS SEM CÓDIGO E A VOZ DO POVO


fotos Rocha de Sousa
A brigada que trabalhou ontem à noite em VGR dispunha apenas de meios de registo convencional e armamento pouco sofisticado. A barra de código que lhes dizia respeito foi varrida do equipamento do carro e as fotografias encontradas por baixo do banco acrescentam escassos elementos ao desenrolar de toda a operação. Os agentes estão fora de alcance mas parece que, pelo menos um deles, foi ferido na rua onde se encontraram despojos diversos, desde roupas de vagabundos, ou dos sem abrigo, até embalagens de relógios Cartier, ou dois soutien prótese e uma revista dedicada aos consumos raros, claramente dispendiosos. Nã havia outros sinais, além das marcas dos projécteis nas paredes em redor, incluindo na rua empedrada que descia para a ravina.
É presumível que os agentes estejam vivos, tendo em conta o facto de haverem anotado o perfil das fotografias que sobraram, além de outras que não foi possível salvar. Havia só duas legendas segundo a rotina, a que se refere aos despojos com demarcação e a que indica um despojo sintetizado. O registo sintetizado foi apagado, não se sabe ainda por quem e em que circunstâncias.
A criminalidade acentua-se no círculo suburbano a noroeste. Os patrulhamentos têm que ser reforçados por operações de polícia especial, vigilância encoberta durante vinte e quatro horas por vinte e quatro horas. Os outros operativos devem ser cada vez mais treinados na infiltração, preparando operações de grandeza substancial.


dos jornais
Foram encontrados hoje, quatro quilómetros acima da cintura leste, entre lixo e embalagens de latão, os dois agentes que haviam desaparecido após o contacto na quinta feira à noite com um grupo de meliantes armados. Os agentes tinham vários ferimentos de projectéis de 9mm e calcula-se que tenham morrido há dois dias, completamente despojados de meios de comunicação e, ao que parece, forçadamente drogados.
Os atacantes eram seis e morreu um indivíduo a quem todos chamavam Conho, homem ligado à droga e a grupos de distribuição da mesma. Um pouco acima da rua em que tudo aconteceu, os populares da zona manifestavam-se com veemência pela morte do Conho, rapaz que os ajudava sempre e tinha bom trato. O Presidente da Junta foi compelido a aceitar um abaixo assinado reivindicando medidas ao Comando Geral da Polícia para que desgraças deste tipo não se voltem a repetir. E todos insistem que é preciso garantir mais segurança no bairro, de preferência com patrulhas a pé e desarmadas.

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