O problema da surdez, tratado atrás, não é o único na panóplia de armas de destruição do planeta, realiade que já se esboça um pouco por toda a parte e que só agora, com duzentos anos de atraso, os políticos de classe 8 enfrentam vagamente, entre bocejos de impaciência, entre gestos lassos, semelhantes à tontice de Calígula que, no vértice dos seus devaneios, reclamva que lhe trouxessem a lua para junto de si. «Eu quero a Lua. Quero a Lua junto de mim». Hoje, numa esquizofrenia planetária (global), Busch lembra aquele Calígula que Camus imortalizou em plena ficção da verdade. Busch é a verdade da ficção: o que ele quer é acabar com o Iraque, Quioto já foi, o homem é bom demais para se deixar amedrontar por uma subida dos mares ou a globalização do terror. Para ele, a beleza das coisas é elas serem humanamente assim, rios sujos, mares com biliões de peixes em decomposição, milhões de toneladas ce co2 todos os dias atirados para a atmosfera como aqueles balões festivos (apenas milhares) que os meninos ladinos soltam para o céu do jardim . De resto, a poluição e os problemas do ambiente, embora sejam a maior questão da actualidade, o que deveria obrigar à cessação de muitos actividades e produções, é visto pela maior parte dos habitantes do planeta como uma equação híbrida a longo prazo. Para não falar do tabaco. Para deixar libertar-se toda a droga que invade as metrópoles e compromete a genética, a vida, o futuro. Para enchergar os gelos na televisão, continentes inteiros em vias de extinção ou afundamento, sem retorno nem Arva de Noé. Deus assiste a tudo isto, em estado de melancolia. O paraíso está a arder.
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2 comentários:
E mais palavras para quê? Pelos vistos somos todos conscientes destes males, somos cumplices, responsaveis e CULPADOS...
É triste, vergonhoso e perigoso sabermos de tudo isto, desta merda toda e no entanto NENHUM DE NÓS REAGE e AGE, para que se faça a diferença.
É REVOLTANTE...
Muitas vezes me envergonho de pertencer a esta especie!
Um dia gostaria de poder fazer algo sério. Olho para trás e entristece-me ao verificar que NADA FIZ DE ÚTIL, de grande VALIA, em nome deste lugar que é a TERRA!
Não basta fazer somente arte, não basta escrever, criticar, quando logo de seguida cruzamos os braços.
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Aproveito para agradecer o honesto comentário na "Mascara Natural". A Verdade foi aceite de braços abertos tiomeu.
beijinhos
«Après moi, le déluge» é a sua máxima. Ele é rei, como o outro, tão absolutista como ele.
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