O Presidente Bush, cujo temor pelo eixo do mal tem sido um dos seus pontos cardeais em política externa, continua a alimentar o prolongamento desse conceito aplicado ao terreno. Desta vez, após a morte de Saddam e a violência que todos os dias encharca de sangue os caminhos do Iraque, aconselhando-se com os seus falcões e uma ou duas pombas brancas que ainda sobrevivem perto da Sala Oval, o Presidente achou-se suficientemente bem aconselhado a fim de dar ordem, apesar do desconforto dos democratas, para o envio de mais vinte mil combatentes destinados ao lamaçal sangrento daquele país. A realidade -- uma paisagem assombrada pelo fumo das explosões e pelos ataques de grande violência -- não resiste nem sequer ao nosso olhar. E, embora os seus fragmentos sejam sobretudo de edifícios arrasados, a comparação cada vez mais incisiva com o Vietnam é feita quase todos os dias. Um renovado contingente de vinte mil homens, num tempo em que a estratégia americana recua para a vigilância e patrulhamento, por forma a que as responsabilidades tutelares caibam ao novo governo iraquiano, expediente tentado no sudoeste asiático, só tornará as coisas mais difíceis se não tiver como missão de fundo criar as condições mínimas para uma retirada cuidadosa do Iraque. Se o reforço é operacional, não tem sentido e poderá causar mais problemas. Depois do alastramento do mal à escala actual, não seriam precisos menos de 500.000 soldados ajustáveis a uma nova estratégia de barramento das milícias suicidas, entre outras graves tensões. Assim, o eixo do mal é cada vez maior, envolvendo uma linha oblíqua que toca ao norte e a oriente a fundamentalista Coreia do Norte.
sexta-feira, janeiro 12, 2007
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